Um grave acidente de moto envolvendo um menor de idade abalou a comunidade de Carananduba, na Ilha de Mosqueiro, na última terça-feira. O jovem, cuja identidade não foi divulgada, acabou falecendo a caminho do hospital, gerando revolta entre familiares e moradores que denunciam a falta de estrutura e demora no atendimento emergencial. Segundo relatos, após o acidente, familiares desesperados procuraram ajuda no posto de saúde local, mas foram informados que não havia veículo apropriado para socorrer o jovem, sendo o atendimento de urgência responsabilidade do Samu (192) ou do Corpo de Bombeiros. A comunidade relata que a chegada do socorro levou tempo demais, e que, por isso, o menor não resistiu aos ferimentos e morreu antes de receber atendimento médico adequado. A dor da perda logo se transformou em indignação coletiva, levando dezenas de moradores a bloquear a Praça de Carananduba em protesto. Pneus e objetos foram incendiados no local como forma de chamar atenção das autoridades para a falta de estrutura de saúde e socorro emergencial no distrito. A manifestação durou várias horas e só foi encerrada após a chegada das forças de segurança e representantes da Prefeitura, que dialogaram com os manifestantes e prometeram apurar o ocorrido.
“Estamos cansados de ver nossos filhos morrerem por falta de atendimento. Cadê as ambulâncias em Mosqueiro? Cadê o cuidado com nosso povo? Perdemos um menino cheio de vida por causa da demora. Isso é revoltante”, disse uma moradora emocionada durante o protesto. A situação expôs, mais uma vez, a fragilidade dos serviços de saúde pública na Ilha de Mosqueiro, especialmente em comunidades mais afastadas como Carananduba, onde o socorro depende de deslocamentos demorados e da atuação de órgãos externos à comunidade. Para muitos, a ausência de ambulância própria, plantões médicos adequados e equipes preparadas para urgência e emergência é um risco constante à vida dos moradores. Lideranças comunitárias estão organizando um abaixo-assinado pedindo que o posto de saúde de Carananduba seja equipado com pelo menos uma ambulância 24h e que o atendimento de urgência seja estruturado com equipe fixa. A comunidade também solicita que o posto seja reformado e ampliado para atender com mais qualidade e humanidade. A tragédia trouxe à tona uma discussão urgente: quantas vidas mais precisarão ser perdidas até que Mosqueiro seja tratado com o respeito e a estrutura que merece?
Tragédia em Carananduba: jovem morre após acidente e demora no socorro revolta moradores
