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10/06/2025 16h20 – Atualizado há 4 horas
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Foto: Reprodução / PC-PA
Na manhã desta terça-feira (10), a Polícia Civil do Pará prendeu preventivamente Hua Zheng, suspeito de submeter seus quatro filhos menores de idade a tortura majorada. A ação, batizada de “Operação Dragão de Jade”, também resultou na apreensão do celular do investigado, utilizado para registrar e enviar vídeos das agressões.
A operação foi conduzida pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), com o apoio da Divisão de Atendimento ao Adolescente (DATA), ambas com sede em Belém. As autoridades destacam o esforço conjunto para garantir a segurança infantil em casos de violência doméstica extrema.
Segundo as investigações, o caso teve início no dia 29 de janeiro de 2025, quando Hua Zheng foi preso em flagrante por ameaçar a esposa com uma faca. A mulher, que também era vítima de violência doméstica, denunciou que o companheiro agredia com frequência os filhos, de 4 a 11 anos.
Inicialmente tratado como um caso de lesão corporal, o inquérito evoluiu para tortura majorada após a análise dos vídeos recuperados e os depoimentos das vítimas. Os registros mostram não apenas os ferimentos, mas também os gritos por ajuda das crianças.
Em um dos vídeos, Hua Zheng aparece agredindo a filha com tapas no rosto e exibindo os hematomas com aparente satisfação. De acordo com a polícia, essas gravações eram enviadas para a mãe do suspeito, que vive na China, como forma de mostrar domínio sobre a família.
Os relatos das vítimas revelaram um padrão cruel de violência. As crianças eram agredidas com barra de ferro, cabo de vassoura e cabides, além de sofrerem castigos físicos prolongados, como manter os joelhos semiflexionados e os braços estendidos por longos períodos.
Um dos episódios mais chocantes foi o corte forçado do cabelo da filha mais nova, usado como ferramenta de humilhação. A brutalidade e a frequência dos castigos reforçaram a necessidade de medidas urgentes.
Com base nas provas colhidas, a DPCA solicitou à Justiça a prisão preventiva de Hua Zheng, além da apreensão do celular, que já foi encaminhado para perícia. O conteúdo ajudará a fortalecer a denúncia no processo judicial.
A Vara de Inquéritos Policiais de Belém autorizou a operação, que reforça o papel do Judiciário na proteção dos direitos das crianças e adolescentes. O suspeito encontra-se agora sob custódia da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP).
O nome da operação, “Dragão de Jade”, carrega um simbolismo profundo: enquanto o dragão representa autoridade e justiça na cultura chinesa, a jade é vista como um bem frágil e precioso — assim como devem ser tratadas as crianças, principalmente diante da violência doméstica.
Com informações do G1.