27/02/2025 12h38 – Atualizado há 5 horas
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Foto: Augusto Miranda / Ag.Pará
Nos últimos anos, a ilha do Combu, no Pará, se tornou referência para o turismo, proporcionando uma experiência de contato das pessoas com o rio e com as comunidades ribeirinhas que vivem na região. Mas os moradores denunciam que a falta de atenção por parte do poder público ao aumento de visitantes no território estaria contribuindo para o aumento da violência, da degradação ambiental e, consequentemente, a escassez de produtos essenciais para atividades extrativistas e ao modo de vida local.
A ilha do Combu faz parte da área ribeirinha de Belém, e como uma das principais rotas turísticas da cidade, será destino certo de muitas pessoas que vão à COP30, que será realizada em novembro na capital paraense.
Lideranças comunitárias do Combu argumentam que os governos municipal e estadual “passarão vergonha” caso, em plena conferência pelo clima, visitantes constatem que habitantes de uma das principais rotas turísticas da capital paraense convivem com a falta de água potável e impactos negativos para atividades extrativistas.
“Os moradores da ilha, historicamente, vivem do extrativismo e dependendo do período em que se dedica a uma cultura. Quando não está na época do açaí, ele pesca o camarão, ou peixe, mas com o aumento do fluxo de embarcações na ilha, sobretudo nos últimos sete anos, tanto o camarão e o peixe sumiram, como está perigoso para o ribeirinho pescar”, denuncia Iva Nascimento, presidenta da Associação dos Moradores do Igarapé Piriquitaquara.
Segundo ela, a navegação em alta velocidade de lanchas, jet ski e outras embarcações maiores já provocou diversos acidentes, e ameaça o pescador artesanal que utiliza barcos menores. “Nós, moradores, nos fins de semana, não podemos sair com a nossa rabetinha, porque a gente pode ir pro fundo. E a gente só vê a Capitania dos Portos quando o acidente envolve alguma lancha mais cara. Os próprios moradores da ilha adotaram a prática de tirar o escapamento do motor, para a voadeira fazer mais barulho. Hoje nossos idosos, crianças e doentes têm muita dificuldade de descansar, num lugar que costumava ser tranquilo”, pontua.