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20/05/2025 10h46 – Atualizado há 19 horas
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Foto: Victor Vec/MinC
Com o objetivo de aproximar os integrantes da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC) das realidades e da diversidade artística do Pará, o Ministério da Cultura (MinC) promoveu, na sexta-feira (16), uma série de visitas técnicas a iniciativas apoiadas pela Lei Rouanet em Belém e região. A atividade marcou o encerramento da 357ª reunião ordinária da CNIC — realizada em formato itinerante — e ofereceu aos comissários a oportunidade de vivenciar, de perto, a amplitude da legislação cultural em território amazônico.
“O objetivo é que a comissão veja, de maneira concreta, a amplitude da Lei Rouanet. Seja no norte ou no sul do Brasil, sempre conhecemos manifestações culturais únicas que mostram o alcance da lei”, afirmou Deryk Santana, secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural em exercício.
A programação teve início com a visita ao Museu da Imagem e do Som (MIS), onde está em cartaz a mostra “Tó Teixeira: Mergulho na Vida e Obra”. A exposição resgata o legado de um dos mais importantes artistas da cultura paraense, misturando música, memória e identidade. “Essa exposição é, antes de tudo, um encontro com o Tó Teixeira humano: o artista, o artesão, o sonhador”, destacou Makiko Akao, coordenadora do projeto. A mostra tem curadoria do fotógrafo Miguel Chikaoka e do violonista Salomão Habib, e reúne imagens e objetos que percorrem desde o cotidiano de Tó até momentos icônicos de sua trajetória, como a homenagem recebida no Theatro da Paz em 1980.
Na Ilha de Outeiro, a comitiva conheceu a Associação Cultural Colibri de Outeiro, que atua na preservação dos tradicionais cordões de pássaros — manifestações populares que remontam ao século 19 e misturam folclore amazônico e referências à ópera europeia. “Antes tínhamos quase 300 grupos espalhados pelo estado. Hoje restam cerca de 15 ativos na região de Belém”, explicou Laurene Figueiredo, coordenadora do projeto. Graças ao incentivo da Lei Rouanet, o Colibri tem revitalizado cordões que haviam desaparecido, como o Arara Vermelha (em Parauapebas) e o Arara Azul (em Canaã dos Carajás).
Em Belém, outra parada foi nas obras de restauração da Basílica Santuário de Nazaré, um dos principais monumentos religiosos e culturais do Brasil. O projeto contempla a requalificação total do altar principal, forro, telhado e das 16 capelas laterais, além da Cripta, que ganhará nova funcionalidade com espaço para missas, visitação e pesquisa. “Aqui não podemos simplesmente fechar as portas. A obra é feita em etapas, respeitando a fé do povo e o fluxo de visitantes”, explicou Luci Azevedo, coordenadora do restauro, que é viabilizado por meio de mais de R$ 11,4 milhões captados pela Lei Rouanet.
O encerramento das visitas foi marcado por emoção e música na Fundação Amazônica de Música (FAM), onde crianças e adolescentes se apresentaram em coral e instrumentos eruditos. A instituição, que atua há mais de duas décadas, já beneficiou mais de 5 mil pessoas com formação musical gratuita. “Temos jovens que se tornaram maestros e músicos profissionais, até fora do Brasil”, destacou Glória Caputo, idealizadora do projeto. Com mais de R$ 31,5 milhões captados, a FAM é um exemplo de como a Lei Rouanet pode transformar vidas por meio da arte.
As visitas técnicas reiteram a importância dos incentivos culturais e do contato direto com as iniciativas apoiadas. Ao valorizar a pluralidade cultural do Pará, o MinC reforça o compromisso de descentralizar o acesso à cultura e fortalecer identidades regionais que tornam a Amazônia um polo artístico de relevância nacional.
Com informações do GOV BR.