No final do século XVII, a região de Mosqueiro já começava a ser identificada em mapas antigos, como um datado de 1680, em que a área era chamada de “Ponta da Musqueira”. Esses registros cartográficos são cruciais, pois evidenciam que a ilha já era reconhecida pelos navegadores e exploradores da época.
Esse nome, “Ponta da Musqueira”, é uma versão inicial de Mosqueiro, e acredita-se que ele esteja relacionado a uma tradição indígena local. O uso de nomes semelhantes ao “Mosqueiro” ou “Musqueira” era comum entre os colonizadores portugueses, principalmente para se referirem a pontos de terra, ilhas ou regiões costeiras, muitas vezes derivando de práticas nativas ou da geografia da área.
Presença Indígena e Tupinambás: Antes da chegada dos portugueses, a ilha era habitada por povos indígenas. Entre eles, os Tupinambás se destacavam. Este grupo indígena era uma das mais influentes tribos da região amazônica, e a sua presença na ilha de Mosqueiro foi significativa no contexto histórico local. Os Tupinambás, conhecidos por sua cultura avançada e por sua habilidade nas artes de pesca e agricultura, foram os primeiros habitantes da ilha. Eles estavam presentes em grande parte da costa do Pará e, mais especificamente, na região de Mosqueiro, onde caçavam, pescavam e cultivavam a terra. É possível que o nome “Musqueira” esteja relacionado a alguma técnica ou prática indígena utilizada pelos Tupinambás, como a preparação de alimentos ou até mesmo a forma como o local era caracterizado geograficamente.
Papel Estratégico Durante o Período Colonial: Durante o período colonial, com a chegada dos portugueses, Mosqueiro passou a ser parte do processo de colonização da Amazônia. A ilha, por sua localização estratégica na entrada da baía do Guajará, passou a ser vista como um ponto importante para o comércio e defesa da região. Embora o impacto inicial da colonização tenha sido mais intenso em outras áreas, como em Belém, a ilha de Mosqueiro foi ocupada e passou a desempenhar um papel relevante.
Os portugueses estabeleceram fortificações ao longo da costa e utilizaram a ilha para vigilância e proteção, tanto contra piratas estrangeiros quanto contra possíveis ataques de populações indígenas, que por vezes resistiam à dominação colonial. Esses primeiros registros nos mostram como Mosqueiro começou a ser moldado, tanto pela presença indígena, que deixou uma marca cultural, quanto pela exploração portuguesa, que buscava expandir suas posses na região. A Ponta da Musqueira, posteriormente chamada apenas Mosqueiro, tornou-se um importante ponto de referência, tanto na geografia como na história social da região.