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09/05/2025 12h14 – Atualizado há 12 horas
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Foto: Reprodução
Belém está passando por uma transformação visual e estrutural com a retirada de cabos clandestinos ou em desuso que há anos poluíam os postes da cidade. Desde a segunda semana de abril, cerca de 4 toneladas de fios mortos já foram removidas, segundo a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria de Zeladoria e Conservação Urbana (Sezel). A ação integra a Operação Belém em Ordem, que reúne diferentes setores da administração municipal na fiscalização e cumprimento do Código de Posturas.
Parte da operação é realizada em parceria com a Equatorial Pará, dentro do projeto Rede Segura, que atua diretamente no combate à fiação irregular de internet e telefonia instalada nos postes da capital. “O excesso de cabos irregulares deixa a cidade poluída visualmente e a readequação, em parceria com a Equatorial, que é a dona dos postes, não gera ônus aos cofres públicos”, informou a Sezel, em nota. A concessionária de energia confirmou que segue o cronograma de limpeza acordado com a prefeitura e empresas do setor de telecomunicações.
Os efeitos da operação já são perceptíveis em bairros como o Val de Cans, onde a organização dos fios trouxe alívio para a população. O instalador de películas automotivas Luciano Palmeiro, de 44 anos, lembra do cenário anterior: “Era cheio de fios, uma bagunça. Agora fizeram a montagem tudo direitinho. Ficou tudo bonitinho nos postes, bem melhor”. A melhora também foi notada por Lindomar Aquino, de 55 anos, que tem uma borracharia na avenida Centenário: “Melhorou muito a situação da internet e da energia, que caía quando chovia. Tá ótimo agora, ótimo mesmo”.
Entretanto, o problema ainda persiste em bairros como Nazaré e São Brás, onde os fios continuam visivelmente acumulados. Em muitas esquinas, é comum ver cabos de diferentes cores e espessuras pendendo perigosamente sobre as calçadas. O chaveiro José Carlos, que trabalha na avenida José Malcher, denuncia: “Há pelo menos 15 anos convivemos com isso. Esses fios não ficam bem fixados e chegam a ficar arriados”. Para ele, além do impacto visual, o cenário gera medo nos clientes: “As pessoas acham que é fio energizado. Isso afasta o movimento”.
Segundo o engenheiro eletricista Diego Ramiro, o problema tem origem na rápida expansão de empresas de telecomunicações sem regulamentação adequada. “O crescimento súbito do setor fez com que várias operadoras utilizassem a infraestrutura sem planejamento, o que gerou o emaranhado que vemos hoje”, explica.
Enquanto a retirada de fios avança em algumas áreas, moradores de bairros ainda não contemplados cobram agilidade. “A gente olha e sente medo, porque não sabe o que é o quê. Já perdemos equipamentos por causa de quedas de energia. Espero que resolvam logo”, afirma a administradora Tarita Souza, de 50 anos.
A expectativa da Sezel é ampliar a operação, levando mais segurança, organização urbana e visibilidade aos espaços públicos da capital paraense.
Com informações do O Liberal.