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14/05/2025 00h55 – Atualizado há 1h
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Foto: Reprodução
A rotina de dezenas de famílias que dependem da Escola Municipal de Educação Infantil Professora Lúcia Soares Castro, localizada na Avenida João Paulo II, no bairro do Marco, em Belém, tem sido marcada por incertezas e frustração. Há dois meses, mães de alunos denunciam a ausência frequente da merenda escolar, o que tem obrigado pais a buscarem os filhos antes do horário previsto e comprometido a alimentação das crianças.
A creche, que deveria oferecer atendimento em tempo integral, incluindo refeições diárias, tem funcionado de forma irregular. “Na escola está tendo falta da merenda e, de vez em quando, as professoras nos avisam em cima da hora. Sem a merenda, eles não podem ficar”, afirma Gisele Lima, designer gráfico e mãe de aluno.
Késsia Borges, manicure, conta que só descobriu a falta da refeição ao chegar com o filho à unidade. “Hoje eu trouxe meu filho e não sabia que não tinha, só tinha almoço e leite”. A falta de aviso prévio tem afetado diretamente a organização do dia a dia das famílias. “Devido a essas faltas, um dia é integral, outro não é… A gente está em casa trabalhando e a escola aciona dizendo que não vai dar pra ficar”, relata Késsia.
De acordo com as mães, o problema não se limita à escola Lúcia Soares Castro. Unidades de ensino em bairros como Tapanã, Curió-Utinga e até mesmo na ilha de Mosqueiro também enfrentam dificuldades no fornecimento de merenda escolar. Desde o início do ano letivo, em fevereiro, relatos de crianças chegando em casa com fome se tornaram recorrentes. “Meu filho, quando chega em casa, fala: ‘mamãe, tô com fome’. Aqui está tendo falha”, diz Gisele. “Há dois meses, a gente percebe que ele chega com muita fome. Antes, chegava satisfeito, descansava”, completa Fernanda Rabelo, produtora cultural.
A ausência de alimentação adequada na creche também tem impactos econômicos. Amanda Fonseca, confeiteira, afirma que precisou mudar de profissão. “Sou formada em nutrição e não consegui. Tive que mudar. No meu emprego, não compreendiam mais”.
Além da merenda, a escola enfrenta outros desafios, como a falta de direção escolar — situação informada às mães há cerca de duas semanas — e atrasos nos repasses da prefeitura para itens de limpeza, brinquedos e uniformes. “Esse ano, não recebemos uniforme. Falta uma atenção maior”, critica Fernanda.
Procurada, a Secretaria Municipal de Educação de Belém (Semec) afirmou, por meio de nota, que houve um “pequeno” atraso no fornecimento de gêneros alimentícios devido aos feriados prolongados da Páscoa e de Tiradentes. A Semec informou ainda que a distribuição da merenda escolar é feita por zonas, de acordo com os distritos administrativos da cidade, e que trabalha desde a última semana para normalizar o abastecimento em toda a rede.
Com informações do G1.